11/01/10

As esquerdas

Comentário meu a este post do Renato Teixeira sobre este post do Daniel Oliveira:

Entre a posição do Daniel e do Renato, fico com a do Daniel, sem qualquer margem para dúvidas.
A minha área ideológica é a esquerda do PS, mas não dos partidos que a representam. O Daniel, na minha opinião, aproxima-se mais daquilo que defendo, a construção de pontes de entendimento com o PS, com a esquerda, até porque esse entendimento é melhor para nós, de esquerda, porque as alternativas são apenas duas e nenhuma delas animadora. Uma é o PS, no poder, negociar com a direita. A outra é dar a hipótese da direita governar, o que, com o extremar das posições de PSD e CDS, aproximando-se do seu congénere espanhol PP, se afigura terrível.
O Renato, no meu ver, representa a esquerda que prefere a “revolução sonhada a revolução nenhuma”, o que é uma boa definição do comportamento da esquerda à esquerda do PS na vida política portuguesa. Para que servem então os cerca de 30 deputados que têm em conjunto? Não o digo de uma perspectiva demagógica, mas antes pragmática. Para a aprovação de medidas de esquerda é preciso negociar apoios para que passem, ou não? Essa negociação tem de ter como base o peso eleitoral de cada partido, porque essa foi a vontade dos portugueses nas urnas. Só assim podemos fazer inclinar a “balança” para o nosso lado. Isto é simples, não é?
A tal “revolução sonhada”, considerar-se que ou se aplicam as nossas propostas ou proposta nenhuma, demonstra o preconceito de que se é o detentor da verdade absoluta. E eu sou defensor de uma esquerda sem preconceitos, em que os interesses do país se sobreponham aos do seu próprio umbigo.
O mesmo se aplica às eleições presidenciais, onde tenho uma opinião diferente dos dois intervenientes, mas fica para um outro post.

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